sábado, 28 de fevereiro de 2009

Iniciantes - Transliteração, parte 1

Algo me diz que devo começar pelo começo.


Hm, pra quem já sabe um pouco e tem um mínimo de expectativa desse blog, esta parte pode ser meio chata... Mas vamos lá, algumas coisas são essenciais!


Existem 3 tipos de escrita no idioma japonês:
Hiragana, Katakana e Kanji.

Naturalmente, os três são caracteres típicos do oriente, que aos olhos de um ocidental parecem com "desenhinhos", como sempre escuto. Certo, mas com a globalização surgiu a necessidade de transcrever as escritas (principalmente nomes próprios) para o ocidente, o que deu origem à palavra Romaji.

Romaji significa literalmente "letra romana", ou seja, alfabeto romano. Portanto, graças à este processo, batizado de transliteração, qualquer pessoa é capaz de ler nomes de pessoas e marcas japonesas sem ter noção alguma do idioma.

Isto tudo soa meio óbvio, pois hoje em dia temos tantos produtos e nomes japoneses à nossa volta, como Toyota, Honda, Mitsubishi, Nintendo, Toshiba, Kumon... Sim, mas quando se trata de nomes um pouco diferentes, é fácil fácil tropeçar na pronúncia!

Quem não se lembra do Tamagotchi, que virou febre no Japão por volta de 1996 e, com menos intensidade, aqui no Brasil? Ou então do atualmente famosíssimo Naruto (que eu, sinceramente, desconhecia até pouco tempo atrás e até hoje nunca assisti)?


Então, na verdade ambos são pronunciados erroneamente. O "tchi" tem, na verdade, som de "ti", como em "tímpano", e o nome do pequeno ninja seria algo como "Narutô".

É, concordo que é pedir demais que todos brasileiros saibam precisamente a pronúncia de todos nomes e marcas japonesas. Afinal, até mesmo tratando-se de inglês é comum ouvir algumas barbáries por aí (aliás, você sabe como se pronuncia Microsoft Surface?).

Mas, se você tem algum interesse em aprender o idioma, ou ao menos um mínimo de interesse sobre as pronúncias, talvez seja válido ler os próximos posts!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Introdução - 日本語習え!

はじめまして (HA-JI-ME-MA-SHI-TE)。

Se você sabe o significado a primeiríssima palavra deste blog, então você possui um mínimo de conhecimento do idioma do país do sol nascente.

Se não sabe, bom, agora sabe: "hajimemashite" é uma saudação que inicia toda autoapresentação, tão importante e onipresente no Japão. Não possui tradução exata, mas seria algo como "Olá a todos", ou "Olá, prazer em conhecê-lo(a)".

OK, então aqui vai minha breve autoapresentação (じこしょうかい - Ji-ko-shoo-kai):

Meu nome é Gabriel, sou descendente de japoneses (ora, que surpresa!), estudante, estagiário e professor de japonês, basicamente.

Morei em uma minúscula cidade do estado de Hiroshima, oeste do Japão, de 1993 a 98.

Não era bem uma cidade... mais para um vilarejo... no meio de arrozais e tudo mais. Mas o que importa é que, em uma escola pública onde quase ninguém se quer sabia qual era o idioma oficial do meu país (muitos achavam que era "Brasilês"), não tive alternativa senão aprender a língua dos meus ancestrais.

O que hoje soaria como uma missão quase impossível, na época foi razoavelmente tranquilo. Incorporei o idioma local com facilidade (como a maioria das crianças), a ponto de chegar a considerá-lo minha língua nativa, após certo tempo.

Mas isto é passado. Século passado. Milênio passado (pelo menos continuamos na mesma Era, a Heisei!).

De volta aos tempos modernos, no meio de uma aula, tive um estalo:

"Por que não criar um blog e tentar disseminar um pouco de conhecimento?".

Afinal, hoje em dia, cultura japonesa entre os jovens brasileiros não se resume a Jaspion e Changeman, como era na minha infância. Descendentes ou não, muitos e muitos se identificam tanto com Anime, Mangá etc. a ponto de se fantasiarem de seus personagens! Sem contar o número de restaurantes japoneses, até de fast-food, que se multiplicaram país afora!

Pois é.

No entanto... o propósito deste blog NÃO é falar sobre Naruto ou técnicas de sushi. É simplesmente ensinar japonês de uma maneira diferente, mais aproximada à realidade, utilizando uma linguagem mais moderna.

Isto porque não são raros os casos de livros e apostilas que citam frases como "Colocar filme na máquina fotográfica" ou "Comprei um toca-fitas" em plena era de celulares com câmera digital 7.0 MP e iPod!!

OK, mas e se você disser que não tem interesse em aprender este idioma, seja lá por achar muito difícil, ou por achar nada a ver (da mesma maneira que eu, por exemplo, não me sinto muito atraído em aprender hebráico ou quirguiz)?

Bom, o conteúdo não vai se resumir a ensino.

Existem muitas coisas da cultura pop japonesa que merecem ser citadas, desde filmes do mestre Kurosawa até ideogramas que viram adesivos e tatuagens (na maioria das vezes escritos errados!).

Ainda, acredito que seria interessante citar exemplos de comportamento que podem ser incorporados ao Brasil. Ao mesmo tempo que nosso país tem muitas qualidades, tem muito a aprender com um povo que, acima de tudo, preza pela educação e respeito ao próximo.

Gostaria muito da participação de vocês, caros leitores.
Por isto, estou à disposição para perguntas e sugestões!

Ah sim, "na-ra" é o imperativo do verbo "na-ra-i-ma-su", que significa aprender.

Concluo, desta maneira, a primeira postagem do blog にほんごならえ


Sejam todos(as) muito bem-vindos(as)! ようこそ!