みなさん、明(あ)けましておめでとうございます。
Sim, sei que já é dia 5 de janeiro, mas ainda é tempo de dizer Feliz Ano Novo, certo? Portanto desejo a todos um ótimo 2012, cheio de realizações, felicidades, saúde, paz e tudo o que é bom!
Não vim aqui para dizer que vou voltar com tudo com o blog, porque acho que ninguém mais acredita em mim quando digo que pretendo retomar o ritmo nem eu mesmo!.
Mas posso dar a certeza de que o blog não acabou e, enquanto houver pessoas interessadas em ler o que escrevo, vou continuar por aqui. Não com aquela voracidade de 2009, quando chegava a fazer 80 posts mensais (!), mas como dizem os japoneses, マイペースで, ou seja, no meu próprio ritmo.
Assim, vamos para o assunto que escolhi para hoje:
Dicas para aprender o idioma japonês.
1. Não encare o nihongo como algo impossível de ser aprendido.
Esse é o erro mais primário que deve existir. Quem nunca ouviu "Ah não, aquele monte de tracinho (sic) misturado? Tá louco!" ou coisas do tipo?
Que é difícil é, mas engana-se quem pensa que, para se comunicar em japonês, é imprescindível saber de cor 2000 kanji. Isso é uma tarefa primordial para os nativos, mas não para nós, estrangeiros.
Quem começa estudar nihongo logo percebe que, na verdade, não se trata de um idioma de outro planeta, com uma gramática bem mais simples que a do português, e perfeitamente dominável para aqueles que se julgam dispostos a dispender algumas centenas de horas no seu estudo.
Resumindo, não tenha a atitude de julgar um livro pela capa; geralmente o que falta é um bom professor ou uma boa metodologia, e não capacidade.
2. Não estude pensando unicamente no Exame de Proficiência.
O 日本語能力試験・にほんご のうりょく しけん é, sem sombra de dúvidas, a melhor maneira de obter uma comprovação oficial de que você possui certo domínio do idioma. Mas isso não quer dizer que deve ser visto como o único objetivo dos seus estudos!
Há não muito tempo, li um artigo em nihongo que questionava: "Por que há tantos profissionais chineses aprovados no 1級(いっきゅう)- Nível 1, o mais alto - com tanta dificuldade para se comunicar em japonês?".
Isso traz à tona uma deficiência do exame: saber milhares de kanji, ler textos, interpretá-los, entender diálogos etc. não é uma garantia de saber se comunicar adequadamente, em situações reais.
Por isso, sempre aconselho o seguinte: encare o Exame de Proficiência como uma consequência do seu aprendizado, e não o seu objetivo final.
3. Não fique preso a apenas um tipo de japonês.
Quando digo "um tipo de japonês", não estou me referindo a um cidadão de nacionalidade japonesa, e sim ao próprio idioma! Como assim?
No cotidiano brasileiro, há uma distinção entre o português utilizado na escola, no trabalho, na internet - de maneira escabrosa, diga-se de passagem - e nos noticiários televisivos, certo? Bom, pelo menos espera-se que haja, mas o fato é que essa diferença é muito, mas muito mais clara no nihongo.
Não me refiro apenas ao grau de formalidade, que são vários, mas também ao próprio jargão empregado em cada meio de comunicação. Por exemplo, se você assistir a um ニュース - noticiário - na NHK, irá se deparar com um linguajar técnico e formal; já um ドラマ - novela - costuma ser mais coloquial, solto (depende muito do tema da novela, claro).
Então a dica é: diversifique os meios de contato com o nihongo. Usufrua da internet, do Twitter especialmente. Siga algum nativo que aparente ter os mesmos interesses que você e tente entender o que ele(a) está dizendo!
4. Não se prenda a um material didático.
Isso está relacionado com o item acima, mas vale reforçar. Até hoje, sinceramente, não encontrei nenhum material didático voltado para brasileiros que me fizesse dizer: "Esse é bom!".
O maior motivo disso é a falta de imersão no mundo real; é muito comum ver livros que até tentam criar situações próximas do dia a dia, mas sem muito sucesso. O resultado é que o aluno, tadinho, fica com um monte de frases prontas - mas "viajadas" - que dificilmente irá usar algum dia.
Exemplo: 『犬(いぬ)が走(はし)っています!』, "O cachorro está correndo!".
Uau.
Portanto, o meu conselho é: não siga a risca o que está no seu livro, apostila, caderno etc. Além disso, não se prenda a uma única fonte de conhecimento; não conheço ninguém que tenha adquirido fluência através de um único material.
5. Não desista no primeiro ano.
E nem no segundo, terceiro... Um caso clássico é: "Estudei um ano de japonês, mas não aprendi nada". Bom, talvez a culpa não tenha sido do aluno, e sim do professor, mas é certo afirmar que, em apenas 12 meses, realmente não se absorve tanta coisa. A não ser, claro, que você estude lá no Japão, todos os dias, sem brasileiros por perto... mas isso é privilégio para poucos.
...posso chamar de privilégio hoje, mas pra mim, na prática, foi extremamente árduo, e quem já estudou no Japão sabe do que estou falando. Quem acha que o ensino de lá - um dos melhores do mundo - é a mamata que os jovens daqui vivem, está redondamente enganado!
Mas enfim, se você estuda há alguns meses e a primeira conclusão que tira é que não sabe nem proferir frases básicas, não hesite: mude o método, o professor, o material, mas não desista.
Bom, são essas as dicas que tenho para compartilhar convosco até o presente momento!
Se você leu até aqui é porque realmente tem interesse não só no idioma, mas também no blog, então permita-me imitar o grande Steve Jobs e dizer:
"There is one more thing."
Há tempos venho elaborando uma ideia dentro da minha cabeça que, finalmente, nesse ano de 2012, pretendo transformar em realidade.
...o que será?
Não, não é um vlog.
É um livro.
Sim, penso em escrever um livro que mescle a cultura japonesa e o aprendizado do idioma. Não posso dizer muito a respeito no momento (não por ser segredo, mas simplesmente porque ainda não tenho nada muito concreto!), mas à medida que o projeto engrenar, postarei atualizações por aqui!
Mas de qualquer maneira, 楽しみにしておいて下さい!
では!