Foi assim: determinada pessoa que trabalhava comigo foi me apresentar a um engenheiro que havia acabado de chegar do Japão para nos dar suporte. O problema é que essa pessoa, mesmo sendo descendente de japoneses e ocupando um cargo de 上司・じょうし, chefia, não dominava o nihongo. Até sabia uma certa quantidade de 言葉・ことば, palavras, mas com enorme dificuldade para formar 文・ぶん, frases, o que é bastante comum.
Resultado? Teve que recorrer ao 英語・えいご, que também não era uma maravilha.
A questão é: por mais que você não seja fluente em japonês, é desejável saber no mínimo se auto-apresentar e apresentar alguém. Certo?
"...acho que sim!", alguns devem ter pensado.
Pois é, acredito que no país das formalidades, é interessante saber pelo menos dizer o nome do amigo, colega, familiar etc. para os outros.
Assim sendo, vamos pelo começo: qual é a palavra introdutória essencial?
O nome da pessoa?
Sim, por que não? Mas e depois?
Respondendo com exemplo:
『森田(もりた)さん、こちらは...』
"Sr. Morita, este(a) é..."
Sim, a expressão-chave é 『こちらは』, ou também 『この方(かた)は』. Talvez essa segunda opção seja até mais formal.
Ah, coloquei reticências, mas não significa que você precisa dar uma pausa:
"Este é o... ahm... er...."
Por favor, né? Aí sim fica feio, tanto pra pessoa sendo apresentada quanto pro seu conhecido!
Poderia ser algo assim:
『森田さん、こちらはペドロです。』
"Sr. Morita, este é o Pedro."
Mas... não seria 『ペドロさん』?
Depende. Como no exemplo assumi que o introdutor está apresentando o Pedro, que é um colega de trabalho, para o Sr. Morita, a resposta é não.
Isso faz parte da cultura japonesa: os colegas do mesmo nível hierárquico se consideram iguais perante as pessoas de fora, como se fossem da mesma família. Você nunca apresenta um irmão ou irmã colocando 『さん』 depois do nome; é o mesmo princípio.
Bom, depois disso, as possibilidades são infinitas, mas poderia ser algo como:
『ペドロは日本語(にほんご)がとても上手(じょうず)です。』
"O Pedro fala japonês muito bem."
E pronto, o papel do introdutor está acabado. Daí pra frente o Pedro se vira!
Mas e se for o subordinado apresentando o seu próprio chefe?
O organograma empresarial do Japão é bem peculiar: existe 係長・かかりちょう, 班長・はんちょう, 課長・かちょう, 部長・ぶちょう, 所長・しょちょう e vários outros "chō" (que simboliza chefia) espalhados, mas não correspondem exatamente ao cargos conhecidos no Brasil, como coordenador, supervisor, gerente, gerente-geral etc.
Então, para designar um supervisor, pode-se recorrer ao katakana:
『森田さん、こちらはカルロススパーバイザーです。』
"Sr. Morita, este é o supervisor Carlos."
『こちらはネルソンマネージャーです。』
"Este é o gerente Nelson."
Ok?
Foi simples, mas já é bem melhor que ter que recorrer ao inglês, que geralmente não tem nada a ver com a história! :)
Um comentário:
Realmente, a 自己紹介 (じこしょうかい auto-apresentação) é o básico a aprender. Uma coisa que só normamlmente usada em entrevistas aqui no Brasil já no Japão é mais comum como forma de se introduzir a um grupo de pessoas. Agora カルロススパーバイザー é duro de ler, os 漢字 facilitam a vida mesmo, ajudando a dividir as ausências de pontuação nas frases.
Postar um comentário