sábado, 2 de maio de 2009

Kanten (観点、かんてん)- Ponto de vista - Música no Japão

Música no Japão é algo complicado de se entender.

Talvez a fusão do alto poder aquisitivo com o espírito consumista desenvolvido nas últimas décadas seja uma das razões pela qual praticamente todos os gêneros fazem sucesso por lá. Do J-Pop ao Heavy Metal, todos artistas parecem ter direito a um espaço nas preferências dos nipônicos, como uma espécie de Big Apple. Até mesmo os incontáveis artistas descartáveis que se proliferam incessantemente chegam a conquistar seus 15 minutos de fama.

Se por um lado a Enka, música tradicional que representa ao Japão o que o MPB representa ao Brasil, vem perdendo espaço para jovens artistas do pop e rock, com seus refrões cada vez mais recheados de frases em inglês, pode-se dizer que a adoração a artistas consagrados do chamado Classic Rock permanece, felizmente, intacta.

Experimente espalhar um boato que será lançado um disco dos Beatles com músicas inéditas recentemente descobertas. Ou então que o Deep Purple vai tocar em Tóquio com sua formação clássica! Ou ainda que Roger Waters, David Gilmour e Nick Mason vão fazer uma homenagem a Rick Wright, no Tokyo Dome! Vai ser um alvoroço.

Outro ponto que chama atenção do cenário musical japonês é a popularidade de guitarristas virtuosos como Yngwie Malmsteen, Steve Vai, Joe Satriani, Marty Friedman e, em especial, Paul Gilbert, de quem gostaria de falar.

Talvez você nunca tenha ouvido falar dele, mas sua popularidade no Japão é imensa, até maior do que nos EUA, sua terra natal. Tanto é que já morou em Tóquio por um tempo, e sua esposa, Emi Gilbert, é japonesa.

Pōru Girubāto, como é conhecido por lá, é dono de um senso de humor bastante peculiar, o que o destaca entre os chamados "super-guitarristas".

Eu tive o privilégio de conhecê-lo pessoalmente em 2001, quando passou por Londrina em sua turnê solo, Guitar Clinic. O ponto alto da apresentação foi a música 2 Become 1, das Spice Girls, em que ele encaixa os solos de Sweat Leaf , do Black Sabbath, e Stairway to Heaven (de não sei quem).

Ah sim, depois houve ainda uma sessão de autógrafos e aperto de mão!

Bom, deixo para vocês um vídeo conhecidíssimo do Paul na época do Mr.Big (que aliás voltou à ativa esse ano!), tocando no "santuário" Budōkan:



De tirar o fôlego ou não?

Um comentário:

Unknown disse...

Gostei bastante do post.
Talvez o melhor até agora, do blog.