sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A Linguagem Respeitosa, parte IV

みなさん、クリスマスはいかがお過(す)ごしでしたでしょうか?

Olá pessoal, como passaram o Natal?


Já que estamos falando de 敬語けいご nesses últimos posts, resolvi iniciar este aqui com uma frase-exemplo: em vez de 『いかかお過ごしでしたでしょうか?』, eu poderia ter perguntado 『どうでしたか?』, que seria basicamente a mesma pergunta, mas de maneira bem menos formal.

Aliás, esse verbo過ごす過ごします é muito importante, mas curiosamente não tem uma tradução exata. É fácil associá-lo a過ぎる過ぎます, no sentido de "exceder, passar", pois mesmo em português são parecidos:


『クリスマスはハワイの別荘(べっそう)過ごしました。』

"Passei o Natal na minha outra casa, no Havaí."


『0時(れいじ)過ぎましたので乾杯(かんぱい)しましょう!』

"Passou da meia-noite, então vamos brindar!"


Na frase inicial, lá de cima, nota-se a presença do já comentado antes de過ごし, como demonstração de respeito.

Ainda, o でしょうか é outra marca registrada do 敬語:


『お客様(きゃくさま)、禁煙席(きんえんせき)でよろしいでしょうか?』

"Senhor cliente, será que (o seu lugar) poderia ser na ala de não-fumantes?"


(Retomando o post)


Até a parte acima, eu tinha digitado logo após o Natal, mas fiquei alguns dias sem acesso ao Blogger, e estou retomando só agora, da minha 故郷(こきょう), terra natal.

Hoje já é 今年(ことし)の最後(さいご)の日(ひ)- o último dia do ano -, então gostaria de deixar uma mensagem por aqui.

Obrigado a todos que acompanham o blog; obrigado mesmo! Ao mesmo tempo que agradeço pelo carinho de vocês, peço desculpas por não poder atender a todos! À medida do possível, procuro responder as perguntas na forma de posts, mas nem sempre é possível... por pura questão de disponibilidade de tempo mesmo!

Vivo cheio de ideias para o blog - algumas muito boas, até! -, mas é difícil colocá-las em prática. Ok, como 目標(もくひょう) - meta - para 2011, vou procurar mudar isso, e concretizar meus pensamentos em posts, mesmo que fiquem curtos. Talvez seja melhor atualizar com mais frequência com posts reduzidos que esporadicamente com textos longos, não?

Falando em meta, pode-se dizer que os japoneses adoram ter 目標 para tudo! Na escola, era 目標 pra cá, 目標 pra lá e até enchia um pouco, mas talvez seja de fato uma coisa boa. Ter um objetivo nos ajuda encontrar sentido nessa vida, creio eu... Mas não é uma boa hora para 哲学(てつがく), filosofia.

Bom, o ano de 2011 é 兎年うさぎどし, ano do coelho no calendário chinês! Mas seja de coelho, morcego ou dinossauro, o que importa mesmo é que seja um ano bom para todos nós (não vou dizer "com muita paz e saúde", porque essas são coisas que precisamos o tempo todo, e não só no começo/fim de ano!).

E por último...


今年もお世話(おせわ)になりました!

来年(らいねん)もまたよろしくお願(ねが)いいたします!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A Linguagem Respeitosa, parte III

Post curto!

Vou aproveitar uma expressão que usei hoje no trabalho, dando continuidade ao assunto 尊敬語・そんけいご:


『寸法(すんぽう)については、1か2のどれかを選(えら)んでください。』



Assim seria um pouco direto demais, considerando que era apenas o segundo e-mail que eu trocava com a pessoa!

Ah, o que eu quis dizer foi:

"Sobre as dimensões (medidas), por favor escolha (uma das opções) 1 ou 2."


É engraçado que português já soa consideravelmente formal. Será isso uma prova de que somos informais demais? そうかも知れない。

Mas enfim, olhem como ficaria a frase no 尊敬語:


『寸法につきましては、1か2のいずれかを選んでもらえますか?』



Bem diferente, não? Pois é. Vale a pena lembrar que, por mais que ください soe formal, nem sempre é a melhor maneira de pedir as coisas.

Por isso recorremos a forma て + もらえますか, que seria como um "teria como você...".


Ontem não postei a palavra no final, então hoje me redimo:


変更

へんこう

『予定(よてい)に小さな変更がありましたのでお知(し)らせします。』

"Como houve uma pequena alteração no cronograma, estou lhes avisando."


では!


terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A Linguagem Respeitosa, parte II

今日、仕事(しごと)で初(はじ)めて日本へメールを送(おく)りました。

Hoje, no trabalho, mandei um e-mail para o Japão pela primeira vez.

É sempre uma tarefa meia meio complicada, justamente por causa do...?

Sim, do けいご. Como ainda não estou acostumado em enviar e-mails em nihongo, volta e meia preciso pensar e repensar sobre como vou me expressar. Mas espero que seja questão de tempo até que tudo comece a fluir com mais naturalidade.

Aliás, é muito bom me sentir valorizado por ter certo domínio do idioma, mesmo tendo plena consciência da minha falta de prática! Se eu tivesse entrado em uma empresa não-japonesa, é quase certo que não dariam a mínima bola, mesmo que eu falasse como um nativo.

さて, vamos voltar à questão do 尊敬語そんけいご, então?

Existe uma infinidade de exemplos ligados à linguagem respeitosa (não por coincidência, claro), então seria pretensão demais querer abordar tudo, mas vamos ver uns dois exemplos...


『この棚(たな)は先生(せんせい)が自分(じぶん)で作(つく)ったんですか?』

"Professor, você mesmo que fez essa estante?"



Desse jeito, a linguagem não é coloquial, mas também não chega a ser formal. Poderia ser direcionada a um professor com quem já exista certa intimidade, mas lembrando que, por mais próximo que ele seja, jamais se usa o pronome você - あなた, por exemplo - quando se conversa com um professor, e o mesmo vale para os pais, avós, chefes, idosos etc.

Um ponto importante do keigo é o uso de ou antes de determinados substantivos e adjetivos. Alguns já viraram parte da palavra, e por isso nem nos damos conta: 金(かね), ふろ, はん etc.

Na frase acima, também é necessário adicionar um deles em 『自分』, mas qual? お ou ご?

Resposta:

...:

『〜ご自分で〜』


Mas não me perguntem se existe uma regra exata quanto ao uso de お ou ご, porque irei responder "Não sei!". Mas pretendo descobrir. Algum dia.


No exemplo, existe outra mudança a ser feita; mais precisamente, o verbo 『作る』precisa ser conjugado de outro jeito:

作られた』ou『お作りになった


Lembrando que a segunda opção é equivalente ao exemplo do post de alguns dias atrás, 『お掛(か)けになってください』.

Portanto, a frase ficaria :


『この棚は先生が自分で作られたのですか?」

『〜お作りになったのですか?』



Ok? Ah, 『作られた』coincide com a voz passiva do verbo, mas não vou entrar nesse assunto por ora.

Ih, 長(なが)くなりましたね - ficou comprido. Vou ficar devendo um exemplo!

では。



sábado, 18 de dezembro de 2010

Perguntas

Ultimamente mal tenho respondido os comentários e perguntas que recebo, então decidi fazer esse post exclusivamente para isso.

Primeira pergunta:

"O que significa お人好し?"


A leitura é 「おひとよし」, e seu significado é bem simples: "boa pessoa". Geralmente carrega mais o sentido de pessoa altruísta do que de "gente boa".

Mas já vi sendo empregado também no sentido negativo, de pessoa que acaba sendo aproveitada por mal-intencionados!


Segunda pergunta:

"Pode-se usar いくつ para contar qualquer coisa ou seu uso é limitado?"


É limitado. Assim como existe um contador numérico para cada tipo de coisa, existe também uma maneira própria de perguntar. Mas é bem simples:

〜つ・いくつ

個(こ)・何個(なんこ)

人(にん)・何人

台(だい)・何台

本(ほん)・何本(なんん)

枚(まい)・何枚

冊(さつ)・何冊

匹(ひき)・何匹(なんき)

足(そく)・何足


Esses são os principais, eu diria. Nota-se que, de um modo geral, basta colocar o 「」, e lembrando que existe também o 「いくら」, para perguntar preços.

Haviam perguntado também se, caso você não saiba qual contador é o mais adequado, pode "apelar" para 「いくつ」.

Bom... Não. Sempre existe um que seja mais próximo, digamos! E lembrando que para as coisas abstratas (ex.: assunto, sonho, desejo, preocupação etc.)


Houve mais perguntas, mas peço desculpas, pois algumas ficaram lá para trás... Se for o caso, por favor postem novamente! Eu não me incomodo nem um pouco! :)

Palavra de hoje:


すっかり


『期末(きまつ)テストのことをすっかり(わす)れてしまいました!』

"Me esqueci completamente das provas finais!"



E agradeço a todos pelos tantos comentários que tenho recebido! Posso não responder um por um, mas podem ter certeza que leio 100% deles! :)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A linguagem respeitosa - Parte I

Muito bem, vamos dar continuidade ao tópico sobre 敬語けいご?

Comecemos então pelo 尊敬語そんけいご, a "linguagem respeitosa". Claro que, se eu tentar (ou melhor, tentasse) explicá-la em um único post, ele ficaria quilométrico. Isso não quer dizer que eu domine essa linguagem, mas o pouco que sei já gera um conteúdo bastante extenso.

Vejamos um exemplo:


『なぁ、そこに座(すわ)ってちょっと待(ま)ってくれる?』



Percebe-se que é uma frase extremamente informal, e sugere que as duas pessoas envolvidas têm bastante intimidade:


"Ei, senta aí e me espera um pouco?"



Mas a questão é: como transformá-la em 尊敬語, supondo que ela fosse direcionada a um professor, por exemplo (lembrando que essa profissão, tão subvalorizada no Brasil, é muito respeitada no Japão)?


『あの、そちらに座って少(すこ)し待(ま)ってもらえますか?』


Fica legal assim? Hmm... apesar de ter ficado bem mais formal em relação à versão inicial, eu diria que ainda não está adequada à situação.

Então podemos fazer o seguinte: o verbo 『座る』é um daqueles que possui uma versão formal totalmente diferente:

(か)ける


Mas só substituir ali na frase ainda não resolveria a questão. Em vez de 『掛けて』, o ideal é dizer 『お掛けになって』.

Sim, é bem diferente! Usamos o verbo 『なる・なります』dessa forma para mostrar respeito. Outro exemplo muito comum é:

『こちらをご覧(らん)になってください。』


Em vez de 『見てください』,『ご覧になってください』. Isso se usa muito, portanto vale a pena prestar atenção!


Ok, e quanto a 『少し』? Qual é a sua forma mais polida?

Sim, 『少々(しょうしょう)』.


Assim, resta só dar um jeito no 『待ってください』. Sabem por que é preciso alterar?

Porque não ficaria harmônico! Essa é uma característica bastante marcante do nihongo: se for usar o keigo, use-o do começo ao fim da frase, porque misturar palavras de diferentes níveis de formalidade fica beeem estranho!

No caso, podemos dizer:

お待ちください


ou ainda:

『お待ちくださいませ。』


"É o mesmo 『ませ』 deいらっしゃいませ?". Siiim!

Então a frase inteira fica:


『あの、どうぞそちらにお掛けになって少々お待ちください。』



Ah sim, acrescentei um 『どうぞ』, que é uma das palavras que, no Japão, nunca parecem ser demais!

Observa-se que pra explicar uma única frase, já digitei tudo isso! Bom, como vou continuar com o assunto nos próximos tópicos mesmo, 問題(もんだい)ないと思(おも)います - acho que não tem problema.


Para finalizar o expediente de hoje, uma palavra:


(ちか)づく

"Se aproximar"



『写真(しゃしん)に入(はい)らないですから、ちょっと近づいてください!』

"Aproximem-se um pouco, porque não está cabendo na foto!"



では!



domingo, 12 de dezembro de 2010

Primeiro tema pós-"pequena mudança"

今日(きょう)、フェースブックの映画(えいが)、「ザ・ソーシャル・ネットワーク」を見(み)て来(き)ました。

Hoje fui assistir ao filme do Facebook, "A Rede Social".

Até hoje não sei o que tem de tão fascinante no Facebook, mas independentemente disso, o filme é muito bom, e recomendo a todos.

Bom, meu diário termina aqui!

O Lucas sugeriu que eu falasse mais sobre o 敬語・けいご, a forma polida. Apesar de ter falado um pouco a respeito recentemente, decidi acatar a sugestão dele e tentar explicar melhor (tentar, porque é algo que, sinceramente, eu não domino!). Obrigado, Lucas!

Vocês se importam se eu usar como cola o e-book que comprei há alguns dias?

Não? Ótimo.

De início, é importante que saibam o seguinte: quando falamos de 敬語, estamos falando de três tipos de forma polida. São eles:

尊敬語・そんけいご,謙譲語・けんじょうごe丁寧語・ていねいご. Mas, na minha opinião, o 丁寧語 pode ser considerado um sub-conjunto do 敬語, que por sua vez tem dois sub-conjuntos. Vejamos por quê:

尊敬』significa "respeito", portanto 『尊敬語』é a "linguagem respeitosa".

謙譲語』é uma coisa bem peculiar do idioma japonês: a linguagem usada para se rebaixar perante a outra pessoa, para demonstrar respeito a ela.

Já 『丁寧』remete a "ser educado", portanto 『丁寧語』é a "linguagem educada". Mas tanto o 尊敬語 quanto o 謙譲語 são linguagens obrigatoriamente educadas, por isso ficam subordinadas a 丁寧語.

Complicado?

Vou tentar descomplicar nos próximos posts, então.

Palavrinha de hoje:


話題・わだい

"Assunto"

『この本(ほん)は世界中(せかいじゅう)話題になっています。』

"Este livro está sendo assunto no mundo inteiro."



sábado, 11 de dezembro de 2010

Pequenas mudanças, talvez?

みなさん、いかがお過(す)ごしでしょうか?

Como têm passado, pessoal?


E assim já se foi a primeira semana do meu novo emprego! Pena que, devido a questões de sigilo, não posso contar muito da empresa, mas digo que lá dentro é 超(ちょう)面白(おもしろ)い - super interessante - e que estou muito empolgado com essa nova experiência! E isso porque ainda nem entrei em todos os setores da fábrica!

Bom, mas vamos voltar ao nihongo!

Ultimamente tenho pensado bastante sobre como ensinar mais e de maneira mais eficiente. Afinal, todos sabemos que japonês, infelizmente, não é como inglês ou espanhol, que mesmo com pouco tempo de estudo conseguimos formar frases e até tentar se virar numa situação real.

Tenho até cogitado fazer vlogs, mas tenho certa resistência quanto a me expor publicamente para toda a web me ver. Mas quem sabe?

Por ora, pensei em fazer o seguinte: escolher um tema e fazer uma sequência de posts - cinco, por exemplo -, em vez de conteúdo バラバラ (desorganizado, disperso) como faço hoje.

Além disso, deixar alguma palavra no final de cada post, seja verbo, substantivo, adjetivo etc., mais ou menos como a 今日の言葉, de alguns tempos atrás (época que eu tinha tempo de sobra pra atualizar o blog até 3x/dia).

Vamos começar já com esse post, então:


成功せいこう

Sucesso, Obter sucesso


例(れい):

『この実験(じっけん)は100%(ひゃくパーセント)成功しますので、安心(あんしん)していいですよ。』

"Este experimento dá certo 100% das vezes, então pode ficar tranquilo."



では、また次回(じかい)まで!

Então até a próxima!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Expressão simples e útil

サンパウロ州(しゅう)の地方(ちほう)の小さなホテルに泊(と)まっています。

Estou hospedado em um pequeno hotel do interior de São Paulo.

Reparem que usei o verbo 泊まる泊まります, e não 止まる止まります, que seria "parar".

Nesse último fim de semana, comprei um livrinho digital exclusivo sobre a forma polida, o 敬語・けいご. Para vocês terem uma ideia de quão difícil o keigo é, esse e-book é voltado para os próprios japoneses, os chamados 社会人(しゃかいじん).

Fazendo um parênteses, 社会 é "sociedade", ou seja, 社会人 são as pessoas que terminaram os estudos e começaram a trabalhar; literalmente "pessoas da sociedade".

Mas o que quero destacar uma expressão em particular que, embora não seja exatamente keigo, é muito importante:


とんでもないです。』



Como se usa? Uma maneira é para responder a um elogio:


『君(きみ)、クラスで一番(いちばん)頭(あたま)がいいでしょ?』

『いいえ、とんでもないです。』



Conseguem entender? Isso é interessante porque envolve um aspecto cultural dos japoneses de um modo geral: mostrar humildade ao ser elogiado, e nunca arrogância:


"Você é o mais inteligente da turma, não é?"

"Não, não, imagine...!"



Mas a expressão pode ser usada também em outra situações:


『今日(きょう)もカラオケへ行(い)きますか?』

『いいえ、とんでもないです。2日(ふつか)連続(れんぞく)は無理(むり)です。』



Ok? Segue a tradução:


"Hoje você vai ao karaokê de novo?"

"Não, imagine! Dois dias seguidos não tem como!"



Simples e útil, não?

では、もう遅(おそ)いですので失礼(しつれい)します!

Então, como já está tarde, vou me retirando!"

domingo, 5 de dezembro de 2010

Recomendação

Faz alguns dias que recebi um convite para acessar o blog Kato Kanji, mas só hoje estou divulgando por aqui!

É uma ótima opção para quem almeja dominar os tão temidos kanji! Sugiro que dêem uma passada por lá!

よろしくお願いします!

Como contar hashi

Post rápido!

Há alguns dias, recebi uma pergunta sobre como se conta 『箸・はし』(cuja pronúncia, volto a dizer, é "háshi", e não "hashí"), e pensei comigo mesmo:

"Ora, simples! É claro que é com... Com...?"


Sabem que eu nunca tinha parado pra pensar nisso? Digo, se formos contar apenas um hashi, aí podemos usar 『』 mesmo, mas para o par, existe um contador específico, que é justamente o que foi mencionado pelo autor anônimo da pergunta:


ぜん>』



Confirmei essa informação através do seguinte post:

『お箸の数え方は 「一膳」(いちぜん)、「二膳」(にぜん)が極く一般的ですが、その他にも「一揃」(ひとそろい)、「二揃」(ふたそろい)、また、「一具」(いちぐ)、「二具」(にぐ)、といった数え方もあります。 』

Ou seja,

"O modo mais comum de contar hashi é いちぜんにぜん…, mas existem também alternativas como ひとそろいふたそろいe いちぐにぐ"

Mas sinceramente? Eu, particularmente, nunca tinha ouvido falar desses contadores, o que não necessariamente quer dizer que não sejam usados, mas... Acho que não precisamos esquentar muito a cabeça com isso! Afinal, já existem tantos outros contadores pra decorar, não?

Ah, aliás, a sua outra pergunta, se podemos apelar para o uso de ひとつ、ふたつ… quando parece não existir um contador específico, podemos dizer que sim, mas com cuidado!

Nunca podemos dizer 『1つの牛(うし)』, 『1つの蚊(か)』, 『1つの髪(かみ)の毛(け)』 para dizer, respectivamente "uma vaca", "um pernilongo" e "um fio de cabelo"!

...devemos usar o quê, então? Deixo a pergunta (bem simples) para vocês!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Gente educada é outra coisa!

Não costumo fazer isso, mas acabei de receber um comentário tão fino, educado e - principalmente - inteligente, que faço questão de publicá-lo:


"Explica certo meu !!!! Entao oishisou e esta=> esta quase gostoso !!!!
atama ga yosasou => esta quase inteligente
tsukue wa diyobusou=> esta quase duravel

Ou na verdade significa PARECE !!!
Coloca a traducao certa !!! Porra !!!!!"


Caro leitor(a) anônima,

Sugiro que antes de tentar aprender japonês, você aprenda algumas coisas:

Existe maneiras civilizadas de fazer perguntas, comentários ou mesmo críticas, seja no meu blog ou em qualquer outra situação.

Não consegui entender se seu comentário foi uma correção ou uma dúvida, pois ao que me parece, você não sabe distinguir o ponto de exclamação (!) e de interrogação (?).

Aprenda a usar um negócio chamado vírgula. Quando for fazer uso do chamado vocativo (sei que você não sabe o que é isso, por isso consulte o Google), o uso dela é obrigatório:

"Explica certo, meu!"


Bom, quem sou eu pra dizer o que você deve ou não fazer, né? Pelo nível do seu comentário, ou você teve uma educação vergonhosa ou simplesmente tem má índole mesmo (ou no pior dos casos, os dois).

Suponho, ainda, que você esteja no Japão, já que digitou sem nenhum acento. Se for o caso, por que não aproveita a ocasião para rever seus conceitos de comportamento, modos e civilidade? Já disse por aqui que é muito triste ver brasileiros agindo como verdadeiros homens da caverna num país tão desenvolvido culturalmente quanto o Japão, e de quebra deixando uma imagem ruim do nosso país.

Espero que essa seja a primeira e última vez que eu veja um comentário seu por aqui. Isto é, se quiser fazer qualquer pergunta ou comentário de maneira educada - e não como um troglodita -, você sempre será bem-vindo(a).

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Expressões em japonês

Em nihongo, existem incontáveis expressões que são utilizadas freqüentemente, e que nem sempre possuem traduções diretas, o que complica nossa vida consideravelmente.

Eu sempre lembro de algumas que mereciam ter sido comentadas no blog há tempos, mas por algum motivo (geralmente, esquecimento) acabo não postando.

Bom, hoje eu pensei em uma, e 忘(わす)れる前(まえ)に comenta します。

...nunca ouviram alguém falando assim? Geralmente são as おばあちゃん - erroneamente chamadas de bachan no Brasil -, mas aqui na minha casa, são as minhas irmãs que praticam esse idioma híbrido.

Ah, quis dizer "Vou comentar antes que eu esqueça"!

Bom, vamos lá:


『消費税(しょうひぜい)が3%(パーセント)から5%に上(あ)がります。ということは、100円(えん)の商品(しょうひん)は103円ではなく、105円になります。』



Calma. Vou explicar.

No Japão, existe um imposto chamado 消費税 (na Europa, IVA, "imposto sobre o valor agregado") que é cobrado no ato da compra, sobre o valor anunciado. Em 1997, ele passou de 3 para 5%, e lembro que provocou algumas reações não muito amistosas, naturalmente.

O exemplo poderia ser uma explicação para leigos sobre essa mudança tributária. E quanto à expressão 『ということは』, serve para...?

Sim, fazer a ligação entre as duas frases:


"O IVA vai subir de 3 para 5%. Isso significa que os produtos de ¥100 não vão custar ¥103, mas ¥105."


Ok?

Outro exemplo:


『誰(だれ)も電話(でんわ)に出(で)ないということは、きっとみんなもう出掛(でか)けたのでしょう。』

"Se ninguém atende o telefone, deve ser porque todos já saíram."



Ah sim, lembrando que não se trata de uma palavra só:

と+いう+こと+は


寝(ね)る前(まえ)に、もう1(ひと)つの例(れい)だけ:

Só mais um exemplo antes de eu dormir:


『エタノールの値段(ねだん)が10セントも上がりました。ということは、ガソリンも少(すこ)し高(たか)くなるに違(ちが)いないです。』

"O preço do etanol subiu 10 centavos. Isso que dizer que a gasolina também vai ficar mais cara, sem dúvidas."



では!



sábado, 27 de novembro de 2010

Fusão de verbos

眼科(がんか)の待合室(まちあいしつ)でポストを書(か)いています。

Estou escrevendo o post na sala de espera de uma clínica oftalmológica.

Ontem à noite escrevi um pouco sobre junção de verbos, e hoje pensei "Por que não me aprofundar um pouco no assunto?". Portanto, vamos lá!

Conforme vamos ver, existem várias conjugações que podem ser combinadas de maneira análoga ao 『働き始める』 que usei na frase do post anterior, mas uma regra que sempre vale é:

Retire o 『ます』 do primeiro verbo e junte-o com o segundo.


Apenas isso.

A conjugação do segundo verbo pode ser praticamente qualquer uma, até onde me lembro!

Vou dar três exemplos, e depois pedir a participação de vocês:


『長(なが)い、長いメールをやっと(か)き終(お)わりました。』

"Finalmente terminei de escrever um longo, longo e-mail."


『電気代(でんきだい)を(はら)い忘(わす)れないでくださいね。』

"Por favor não se esqueça de pagar a conta de luz."


『色(いろ)のトーンがちょっとおかしいですから(ぬ)り直(なお)しましょう。』

"O tom da cor está meio estranho, por isso vamos repintar."


直す・直します』 é o verbo "consertar"; portanto, quando combinado com outro verbo, atribui o sentido de "refazer", ok?

さて、いくつかの質問(しつもん)をさせていただきます。

Então vou tomar a liberdade para fazer algumas perguntas."


Na verdade, pode ser considerada uma pergunta só: como traduzir as seguintes frases?


"Esqueci de comprar sabão em pó e carne de frango."

"Quero começar a estudar espanhol, mas ultimamente não tenho tempo."

"De repente, começa chover sapos!"


(Nunca viram o filme Magnólia?)

"O capitão disse 'Vamos pegar a ilha de volta!'."

"Muitos pássaros estão levantando vôo ao mesmo tempo."

"Ninguém queria refazer a lição de casa, naturalmente."



Lembrando: não tenham medo de medo de errar! Participem!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Depois de uma semana...

みなさん、こんばんは。一週間(いっしゅうかん)振(ぶ)りにブログを更新(こうしん)しています。

Boa noite, pessoal. Estou atualizando o blog depois de uma semana.

Mas não foi por falta de ânimo, e sim por terem acontecido muitas coisas nesse período.

Uma delas foi o fantástico show do Paul McCartney no último dia 21, a realização de um dos meus maiores sonhos. E outra, algo que eu havia comentado superficialmente por aqui uns dias atrás. Disse que deixaria em segredo até que obtivesse uma resposta, e como ela veio ontem, agora posso dizer:


来月(らいげつ)からHONDAのトレーニーエンジニアとして働(はたら)き始(はじ)めます。



Entenderam?

Antes de simplesmente traduzir, vamos ver um ou dois pontos gramaticais?

Por exemplo, 『〜として』significa "como (algo)", como na frase abaixo:


『日系人として、箸(はし)で食べられないのは恥(は)ずかしい!』

"Como nikkei, é vergonhoso não saber comer de hashi!"



Já 『働き始めます』 é nada mais que a junção dos verbos 『働く働きます』, "trabalhar", e 『始める始めます』, "começar".

Aliás, é interessante como os verbos podem se fundir em nihongo. É mais ou menos como se, em vez de "começar a trabalhar", disséssemos "comelhar" e fizesse sentido.

Bom, mas é isso! No final de outubro me candidatei a uma vaga na Honda e, felizmente, fui aprovado! :)

Isso significa que vou precisar me mudar de Londrina, mas não significa que o blog vai acabar!

Falando do blog, tenho quase certeza que ele tenha sido utilizado como ferramenta para que os recrutadores me conhecessem um pouco melhor. Aliás, não é novidade que essa é a tendência: redes sociais cada vez mais sendo utilizadas pelas empresas de recursos humanos para conhecer os candidatos (portanto, fica o alerta, também)!

A questão é que este blog só existe graças a vocês, e se ele me ajudou nessa conquista, então mais uma vez agradeço a todos pela companhia!

Sei que não tenho o atualizado com a regularidade de antes, e muitas vezes acabo esquecendo de responder as perguntas e comentários, mas vou continuar com os posts enquanto eu sentir que estou ajudando alguém no aprendizado desse idioma tão interessante quanto difícil!

それでは、また次のポストまで!

Então até o próximo post!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

『始める』 ou 『始まる』?

Uns dias atrás, vimos a diferença entre os verbos 始める e 始まる. Estão lembrados?

No final, pedi para que, quem quisesse, postasse qual das duas formas deveria ser usada nas seguintes frases:


1. "De repente, começou uma chuva violenta."

2. "Aquele bêbado começou a briga."

3. "Comecei um curso de cerimônia do chá."

4. "O filme começa daqui a 15 minutos."

5. "Nessa semana começa a época de ventos fortes."



Traduzindo as frases na íntegra, temos algo assim:


1.『突然(とつぜん)、激(はげ)しい雨(あめ)始(はじ)まりました。』

2.『あの酔(よ)っぱらいがけんか始めました。』

3.『茶道(さどう)のコース始めました。』

4.『映画(えいが)後(あと)15分(ふん)で始まります。』

5.『今週(こんしゅう)、風(かぜ)が強(つよ)い時期(じき)始まります。』


Ok? Basta pensar o seguinte: alguém vai dar início a algo ou este algo simplesmente se inicia? No primeiro caso, 『を始める』, e no segundo (naturalmente), 『が始まる』.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

ところ x 所

『今(いま)、ロンドリーナへ帰(かえ)っているところです。』

Como traduzir essa frase? É uma boa pergunta, pois a palavra 『ところ』 pode induzir a uma tradução errada!

Mas é bom observar que está escrito 『ところ』, e não』. Se estivesse em kanji, aí sim seria "lugar", mas nesse caso é...?


"Estou indo embora para Londrina neste momento."



Sim, a tradução mais próxima para 『ところ』 é "momento".

面白(おもしろ)いですよね?

Curioso, não?

A mesma palavra deixa de ser "lugar" para virar algo abstrato, ligado ao tempo.

Ah, e estou voltando para Londrina mesmo. Estive aqui em São Paulo, Sumaré e Campinas nesses últimos 6 dias, mas estou regressando para a terrinha. O motivo da minha estada, por enquanto, vou deixar em segredo - 内緒(ないしょ)にしておきます-, mas se der certo, irei divulgar por aqui.

Voltando à questão do 『ところ』, vamos ver outros exemplos:


『もう昼(ひる)ごはん食(た)べましたか?』

『いいえ、今(いま)から食べるところです。』

"Já almoçou?"

"Ainda não, estou indo comer agora,"



『もう少(すこ)しであきらめるところでしたよ、昨日(きのう)は。』

"Eu estava prestes a desistir, ontem!"


『一休(ひとやす)みしたいところです。』

"Quero descansar um pouco, neste momento."



Não me esqueci das perguntas que recebi nesses dias, ok? Logo respondo!

Bom, 失礼(しつれい)します - com licença - porque já estou indo pra Barra Funda!


sábado, 13 de novembro de 2010

Onomatopeias!

Vamos ver as onomatopeias, do post de alguns dias atrás?

Foram as seguintes:


1. ツルツル

2. ピカピカ

3. サラサラ

4. ペコペコ

5. ボコボコ

6. ムキムキ

7. ザラザラ

8. ベタベタ

9. ワクワク

10. ウロウロ



Vejamos os significados através de frases:


『この歩道(ほどう)は雪(ゆき)が降(ふ)るとツルツルになります。』

"Esta calçada, quando neva, fica escorregadia."


『床(ゆか)がピカピカになるまでぞうきんで拭(ふ)きなさい。』

"Esfregue o chão até que ele fique brilhando."


『新(あたら)しいシャンプーを使(つか)って、髪(かみ)がサラサラになった気(き)がします。』

"Usei um shampoo novo e tenho impressão que ele ficou liso."


『朝(あさ)から何(なに)も食(た)べてないですからお腹(なか)がペコペコです。』

"Como não comi nada desde cedo, minha barriga está roncando."


『ぼくのチームは今週(こんしゅう)もボコボコにされました。』

"Meu time levou uma surra essa semana também."


『ジムに行(い)ってますけど、ムキムキにはなりたくないです。』

"Estou indo à academia, mas não quero ficar marombado."


『肌(はだ)がザラザラですからクリームを買(か)おうと思(おも)ってます。』

"Estou pensando em comprar um creme, porque minha pele está áspera."


『手(て)がベタベタしてますからせっけんで洗(あら)ってきます。』

"Vou lavar minhas mãos com sabonete, porque estão grudentas."


『来週(らいしゅう)はロックコンサートがありますからワクワクしてます。』

"Estou ansioso porque na semana que vem tem show de rock."


『こら、ウロウロしないで、ちゃんと座(すわ)りなさい。』

"Ei, não fique vagando por aí, e sente-se direitinho."



Ah, lembrando que algumas frases podem até ser pessoais, mas a maioria não é, ok? :)

Alguém tem dúvida sobre onomatopeias? Fiquem à vontade para perguntar!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Velha questão: atendimento brasileiro.

Acabo de voltar de uma doceria bastante conceituada aqui em Londrina, e voltei com alguns pensamentos.

Não aconteceu nada de extraordinário: pedi um doce e um expresso, dei uma olhada no jornal local e me dirigi ao caixa. A senhora que cuidava do caixa fez uma rápida conta, me disse o valor, processou a compra na maquininha e me devolveu o cartão. Enquanto fazia essas operações básicas, não expressou qualquer tipo de gratidão ou empatia; se limitou a dizer um "obrigado" quase inaudível, de tão discreto.

O que há de errado nisso? No Brasil, nada. É tão normal que, quem nunca leu meus posts anteriores sobre atendimento a clientes no Japão, pode não entender a razão de eu comentar algo tão corriqueiro.

Eis o porquê: a senhora do caixa era nikkei, assim como os donos do estabelecimento. Se não fosse, é bem provável que eu não estaria digitando este post, pois não passaria de mais um atendimento "sem sal" que eu teria recebido ao longo da minha vida.

"Mas e daí que ela era nikkei?", alguns podem pensar. "Por acaso o fato dela ser nikkei a obriga a ser simpática com os clientes?". Não, não é isso. Na verdade, sendo nikkei ou não, ela teria sim obrigação de oferecer um atendimento ao menos agradável, condizente com a reputação que seus salgados e - principalmente - doces têm entre os consumidores londrinenses.

Pensamentos utópicos à parte, confesso que, inconscientemente, criei uma pequena expectativa em relação ao atendimento no caixa, justamente por ser uma senhora nikkei. Não que eu esperasse toda a formalidade e educação nipônica (vale lembrar que, quando digo nipônico, me refiro aos nativos, não aos descendentes), mas no mínimo um sorriso, ou algo que demonstrasse sua gratidão (ou será que ela não estava nem um pouco grata?).

Se for pensar, quase sempre acabo fazendo isso: se vou ser atendido por um(a) nikkei, seja em qualquer situação, automaticamente suponho que vai haver uma espécie de "identificação natural" nessa breve relação em que sou cliente. Totalmente natural, da mesma maneira que quando duas pessoas de mesma nacionalidade, que não se conhecem, se esbarram em um país estrangeiro, costumam ter um tipo de "conversa de elevador".

No caso que envolve dois nikkeis, é fácil entender (imagino que os nikkeis que esteja lendo entendam perfeitamente o que quero dizer): muito provavelmente ambos cultivam os mesmos hábitos tradicionais, suas famílias passaram por situações semelhantes no passado, tiveram uma educação baseada nos mesmos princípios etc. (não que isso seja exclusivo à colônia japonesa!).

Mas não quero dizer que, por causa disso, os nikkeis merecem ser tratados de maneira diferenciada, claro que não; até porque, como disse antes, cliente é cliente e deve sempre ser tratado bem, sem discriminação. Talvez este seja o "x" da questão: não existe um padrão de atendimento brasileiro. Você não sabe o que esperar da pessoa que, teoricamente, deveria ser educada, cordial e - por que não? - simpática. Ainda que a lógica "quanto mais caro o serviço, melhor o atendimento" exista, não são raras as ocasiões em que somos surpreendidos por um funcionário carrancudo ou por uma funcionária displicente.

O problema é que, de tão acostumados que os brasileiros somos com atendimento ruim (lê-se: demorado, antipático, ineficiente etc.), não damos a devida importância a esse assunto. Aquilo que é considerado normal aqui no Brasil seria totalmente inaceitável no Japão, mas quantos param para pensar a respeito? Sempre acabo comparando com o atendimento japonês porque é o que eu conheço; infelizmente nunca estive em países escandinavos, por exemplo, mas sei que o Japão é reconhecidamente um dos países que mais dão valor à maneira como tratam as pessoas, seja no comércio ou mesmo fora dele.

Curiosamente, essa característica brasileira, de não investir em treinamento dos funcionários na questão do atendimento, abre oportunidades de diferenciação no mercado. É até um tanto quanto óbvio (pelo menos para mim) que uma empresa que ofereça um nível de atendimento excepcional se destaca daquelas que não passam de ordinárias, mas a impressão que tenho é que pouquíssimas organizações brasileiras compartilham esse ponto de vista.

Eu, particularmente, nunca pensei seriamente em abrir um negócio, mas se algum dia tiver essa oportunidade, a qualidade do atendimento ao cliente terá prioridade máxima. É utópico querer implantar um "modelo de atendimento japonês" no Brasil, mas por que não fazer um pouco de esforço para que o cliente tenha uma experiência no mínimo agradável?

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Verbos e algo mais!

『ノラ・ジョーンズのコンサートへのカウントダウンが始(はじ)まりました!』


Entenderam? Simples, não?

"A contagem regressiva para o show da Norah Jones começou!"

Pois é, no próximo dia 14 estarei em São Paulo, com a minha namorada, para assistir à talentosíssima cantora norte-americana, que vem ao Brasil pela segunda vez (a primeira foi em 2004, mas acabei perdendo e morri de raiva!).

『行(い)く人(ひと)いますか?』

Alguém vai?


Olhem só que interessante colocar algumas frases assim, em nihongo! Como eu não tinha pensado nisso antes? Bom, a partir de agora, vou procurar aplicar essa ideia!

『それと、21日(にち)にはポール・マカートニーのコンサートを鑑賞(かんしょう)します。』

"Além disso, no dia 21, vou assistir ao show do Paul McCartney."


Bom, chega de falar de assuntos pessoais, certo?

Mas gostaria de aproveitar o verbo da primeira frase lá de cima, o 『(はじ)まる始まります』.

O que tem ele? Significa "iniciar, começar", mas a questão é: não existe também 『始める始めます』?

Sim. Mas qual a diferença entre eles, se são praticamente iguais? Eis a questão.

Se eu quisesse dizer "Comecei a contagem regressiva...", seria obrigatório o uso de 『始める』:


『カウントダウンを始めました



Reparem também que a partícula mudou de para . Pensei agora se isso é uma regra, e concluí que sim, salvo possíveis exceções.

A questão é: qual é o sujeito das frases?

O da segunda, fica bem claro, "eu", mas na primeira, ele está indeterminado! Começou a contagem, mas por quem? Não é possível dizer.

Essa é a diferença básica que define se você deve usar 『始る』 ou 『始る』. É bem simples, na verdade!

Querem ver?

Se traduzirmos as frases abaixo, qual dos dois deve ser usado?


1. "De repente, começou uma chuva violenta."

2. "Aquele bêbado começou a briga."

3. "Comecei um curso de cerimônia do chá."

4. "O filme começa daqui a 15 minutos."

5. "Nessa semana começa a época de ventos fortes."



Peço que postem suas respostas como comentário! Quem quiser postar as frases inteiras traduzidas, fique à vontade!

『よろしいですか?』

Tudo bem?


Ah sim, e se alguém perguntar: "É impressão minha ou você vem tentando aumentar a interação com os leitores?", respondo que sim!

No próximo post, vamos ver as onomatopeias que listei recentemente! :)

domingo, 7 de novembro de 2010

Direções e localizações

Há algum tempo, recebi um comentário perguntando a respeito de 『(うえ)』. Não lembro exatamente qual era a dúvida, mas decidi fazer um post exclusivo sobre direções e localizações.

Ah, a palavra "direção" é 『方向・ほうこう』, e as setas utilizadas abaixo são conhecidas como 『矢印やじるし』.

Vejamos:



上・うえ (Cima, acima)/北・きた (Norte)



下・した南・みなみ



右・みぎ東・ひがし



左・ひだり西・に



"Diagonal" é 『斜め・ななめ』, /na.na.'me/:



右斜め上・みぎななめうえ



左斜め上・ひだりななめうえ



右斜め下・みぎななめした



左斜め下・ひだりななめした



Existe também 『真上・まうえ』 e 『真下・ました』; como o kanji 『』 tem o sentido de "verdade", os significados são respectivamente "bem acima" e "bem abaixo".

Usando mais ou menos a mesma lógica, temos também 『真(ま)ん中(なか)』, "centro, meio":


『四角形(しかっけい)の真ん中に長方形(ちょうほうけい)を書(か)いてください。』

"No centro do quadrado, por favor desenhe um retângulo."



Lembrando que 『中・なか』 é "dentro", e 『外・そと』, "fora".

Ah sim, existe também 『真ん前(まえ)』, "bem à frente", e 『真後(うし)』, "bem atrás".


Temos ainda:


こちら側(がわ)・そちら側あちら側



』 simboliza "lado"; portanto, respectivamente, "Lado de ", "Lado daí" e "Lado de ".


Aproveitando, vale lembrar da palavra 『となり』, que como na animação antológica 『となりのトトロ』, pode significar "vizinho", ou simplesmente "lado":


『横浜(よこはま)のすぐとなりに東京(とうきょう)があります。』

"Logo ao lado de Yokohama fica Tóquio."



Ok? Bom, claro que existem muitas outras coisas ligadas a esse assunto, mas como o post já ficou longo, vou deixar para uma próxima ocasião! :)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Plástico-bolha em japonês

Enquanto fazia minhas malas pra voltar pro Brasil (na véspera do embarque, claro), percebi que ia precisar dos famosos plástico-bolha para garantir que as compras não chegassem aqui na forma de sucata.

Todos conhecem o plastibolha, mas foi aí que parei pra pensar, pela primeira vez:


"Como ele é chamado aqui no Japão?"



Dei-me conta que nunca tinha pensado nisso, mas através de uma breve consulta com o meu amigo グーグル, descobri:


プチプチ



Nem preciso dizer que achei hilário, mas ao mesmo tempo vi que fazia bastante sentido! É mais uma das N onomatopéias que compõem o idioma japonês, mas uma das poucas que eu conheço que funciona como o próprio nome de um objeto.

Vi agora, também, que o nome oficial é 『気泡緩衝材(きほうかんしょうざい)』, mas convenhamos que 『プチプチ』 é bem mais amigável e fácil de ser memorizado, e desconfio que boa parte dos próprios japoneses desconhece tal palavrão!

Bom, se eu encerrar o post aqui, ele vai ser apenas uma curiosidade inútil, então vamos ver algumas outras onomatopeias (que, aliás, perdeu o acento com a nova regra ortográfica... certo?) mais relevantes:


1. ツルツル

2. ピカピカ

3. サラサラ

4. ペコペコ

5. ボコボコ

6. ムキムキ

7. ザラザラ

8. ベタベタ

9. ワクワク

10. ウロウロ



Mas em vez de simplesmente dizer o significado, vou fazer o seguinte: vou listar as definições, e pedir que vocês, caros leitores, tentem fazer a associação e postem como comentário! Ok?


a) Musculoso, marombado.

b) Ansioso, inquieto por causa de algo divertido.

c) Faminto.

d) Brilhante.

e) Áspero.

f) Grudento, pegajoso.

g) Liso, suave ao toque.

h) Em frangalhos, surrado.

i) Perambular, andar sem rumo.

j) Escorregadio, liso.



Conto com a participação de vocês! :)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Forma ず dos verbos

No momento não me lembro quem foi, mas me perguntaram sobre a forma ず dos verbos, então cá estou atendendo ao pedido.

Vejamos um exemplo:


『今朝(けさ)、商店街(しょうてんがい)へ行きましたけど、財布(さいふ)をなくしてしまって、何(なに)も(か)わずに帰(かえ)って来ました。』


Aqui, usei o verbo "comprar", 『買う・買います』, na forma negativa, 『買わない』. O que aconteceu é bem simples: o 『ない』 deu lugar a 『』, e foi adicionada a partícula』.

Existe uma alternativa, que é 『買わないで』, mas essa forma é mais usada e, portanto, mais importante.

Traduzindo a frase:


"Hoje cedo, fui ao centro, mas como perdi minha carteira, vim embora sem comprar nada."


Essa forma pode ser usada de várias maneiras:


『結局(けっきょく)はあの人の名前(なまえ)を(おも)い出(だ)せずに30分ぐ(ぷん)らい話(はな)しました。』


Nesse caso, a forma potencial de 『思い出す』, "lembrar" foi utilizada:


『思い出せない』 ⇨ 『思い出せ


Ok? Traduzindo:


"No fim das contas, conversei com aquela pessoa sem conseguir lembrar seu nome."


Recentemente, falei sobre a voz passiva, então aqui vai um exemplo disso também:


『少(すく)なくとも、誰(だれ)にも(わら)われずに発表(はっぴょう)したいです。』


『笑う』 ⇨ 『笑われる』 ⇨ 『笑われない』 ⇨ 『笑われず

"Quero fazer a apresentação sem que riam de mim, pelo menos."


Em alguns casos, não é preciso partir da forma ない, mas assim é mais seguro, digamos.

Tudo bem? Recomendo praticar o uso dessa forma, que é bem simples e muito útil!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Estudar no Japão é...

Depois que o despretensioso post "Morar no Japão é..." repercutiu tanto, decidi fazer um
similar, mas dessa vez sobre curiosidades do ensino no Japão.

Acredito que não são muitas as pessoas que tiveram esse privilégio (ou infelicidade? Cada um pode tirar suas conclusões, ao término da lista!) de frequentar escola primária e ginásio (sei que soa antiquado chamar assim) na terra das melancias quadradas, portanto talvez esta lista seja até mais surpreendente que a primeira.

Alguns itens dizem respeito à minha experiência pessoal, e que portanto podem não ser
aplicáveis a qualquer escola, mas acho que o padrão não sai muito disto:

Estudar no Japão é...

  1. Ficar na escola das 8 da manhã até as 4 da tarde (ou 7 da noite, do ginásio em diante).
  2. Rapidamente concluir que o ensino público de lá é superior ao ensino privado brasileiro, em muitos quesitos.
  3. Estudar 6 anos de primário, 3 de ginásio e mais 3 de colegial (ensino superior varia).
  4. Iniciar o ano letivo em abril e terminá-lo em março.
  5. Seguir um calendário trimestral (abril a julho, setembro a dezembro e janeiro a março).
  6. Ter aula de caligrafia com pincel (習字・しゅうじ).
  7. Precisar passar no vestibular para entrar no 高校(こうこう), colegial.
  8. Descobrir que existe cerimônia para tudo: início do ano letivo, término do trimestre, início do trimestre, recepção e despedida de estagiários, recepção de novos alunos, despedida de professores, formatura etc.
  9. Precisar trocar de sapatos para entrar na escola, do mesmo jeito que é feito nos lares.
  10. Praticamente nunca ouvir algo do tipo "Fulano matou aula hoje" (porque os pais não toleram esse tipo de coisa).
  11. Ao se mudar de cidade, ser automaticamente alocado na escola pública mais próxima (ou seja, os pais não precisam ir atrás de escola para os filhos).
  12. Marchar como militar nas reuniões matinais, em que são dados recados gerais.
  13. Ter almoço gratuito na escola, até o ginásio, servido pelos próprios alunos, em um esquema de revezamento semanal.
  14. Usar avental, touca e máscara (fornecidos pela escola) para servir o almoço.
  15. Concluir que seu primeiro nome não tem importância, pois é chamado só pelo sobrenome (exceto no caso dos estrangeiros: eu era conhecido como Gabu).
  16. Durante o primário, ter um único professor para todas as matérias, com exceção de música.
  17. A partir do ginásio, iniciar e terminar cada aula com uma saudação entre professor e alunos: 「お願(ねが)いします」, "Por favor", no início e 「ありがとうございました」, "Obrigado", no fim (é também comum que os professores exijam que os alunos se levantem, endireitem a postura e, aí sim, saúdem).
  18. Constatar que muita coisa é padronizada, mesmo não sendo obrigatória: calçado com detalhe azul para os meninos, e vermelho para as meninas; bolsa preta para eles e vermelha para elas etc.
  19. No inverno, estudar com um baita aquecedor queimando querosene dentro da sala.
  20. Fazer a limpeza da escola inteira, depois do almoço (isso, inclusive dos banheiros!), todos os dias.
  21. Aprender a tocar algum instrumento: flauta (obrigatoriamente), teclado, percussão etc.
  22. Ter o primeiro contato oficial com o alfabeto romano na quarta série.
  23. Precisar se apresentar na frente de todos, se for aluno novo (mesmo que mal saiba escrever o próprio nome, como foi o meu caso).
  24. Descobrir que oficialmente, "tirar no pô", é chamado "jankenpo".
  25. Ser obrigado a participar de maratona (sim, corrida, resistência!) no inverno, e se estiver nevando, o problema é seu.
  26. Aprender a pular corda (individual), e descobrir que isso é visto como uma modalidade esportiva.
  27. Descobrir que é obrigatório que as escolas sigam um padrão mínimo: salas de aula, pátio e ginásio.
  28. Observar que tudo na escola é feito com planejamento e muita seriedade.
  29. Ter monociclos na escola (saber andar já é outra história!).
  30. Aprender a costurar e descascar frutas e legumes, e isso na quinta série!
  31. Aprender a respeitar os professores, mesmo que na marra.
  32. Ouvir o tradicional toque de sino no início e término das aulas.
  33. Não ter cantina na escola, até o ginásio.
  34. Poder contar com salas específicas para culinária, artes, música, carpintaria etc.
  35. Periodicamente, ser obrigado a fazer exame de urina, vermes, fezes... (argh...).
  36. Receber visita trimestral (ou anual, não lembro) de um dentista, que passa um corante vermelho nos dentes de cada aluno e manda escová-los, para ver quem não sabia escovar direito.
  37. Ter a cabeça examinada pelo professor, à busca de piolhos.
  38. Todos os dias, antes do início das aulas, responder a chamada, que também serve como monitoramento de saúde (por exemplo, responde-se "Presente, e estou bem", ou "Presente, e estou com pedras no rim").
  39. Ser proibido de usar lapiseira até a quinta série (pelo menos na minha escola!).
  40. Precisar usar crachá, contendo nome completo, ano letivo, turma e tipo sanguíneo (é, pensam até nisso).
  41. Ter o seu sobrenome bordado na roupa de educação física.
  42. Poder participar de olimpíadas esportivas regionais, se se destacar nas aulas de educação física.
  43. No primário, ter que usar uma roupa de educação física composta por uma camisa polo e shortinho. No inverno, tem manga longa, mas o shortinho continua.
  44. Ser proibido de usar várias coisas (na escola, claro): óculos escuros, perfume, cabelo (des)colorido, maquiagem, brincos, pulseiras etc. (não que eu quisesse usar esses 4 últimos itens).
  45. Precisar usar uniforme; em alguns lugares, desde o primário; em outros, desde o ginásio.
  46. Anualmente, fazer treinamento para situações de emergência, como incêndio e terremoto.
  47. Precisar escrever muitas, muitas redações.
  48. Descobrir que as férias (principalmente as de verão) são uma farsa: te dão tarefa, e em grandes quantidades. Ai de quem não fizer tudo.
  49. No primário, precisar ir para a escola em um grupo, pré-determinado pela própria escola, em fila indiana.
  50. Suar para memorizar mais de 1000 kanji até a sexta série, mais uma cacetada no ginásio e assim por diante.
  51. Ter o espírito de liderança cultivado desde pequeno: tem chefe da sala, do grupo da sala, do grupo de ida à escola etc.
  52. No começo do ano letivo, receber uma visita do professor responsável pela classe, com o objetivo de conhecer os pais do aluno e sob quais condições ele vive.
  53. Trimestralmente, ter um dia em que os pais vão à escola a ficam no fundo da sala, acompanhando as aulas.
  54. Ser avaliado trimestralmente com uma nota para cada disciplina, de 1 a 10.
  55. Mesmo que termine uma prova em 15 minutos, ter que esperar no seu lugar, sentado e calado, até o final do tempo estabelecido.
  56. Precisar escrever diário, que o professor recolhe, lê e faz anotações (na minha sala, era todo santo dia).
  57. Participar, por um dia, do plantio de arroz (pelo menos na minha escola, que era rodeada de arrozais).
  58. Receber um álbum de formatura que aparenta seguir o mesmo modelo desde a Era Meiji.
  59. Chamar a matemática do primário de 算数・さんすう, /san.sū/ e a do ginásio para cima, de 数学・すうがく, /sū.gaku/.
  60. Ficar impressionado com o hábito de leitura dos colegas.
  61. Seguir um calendário anual que parece ser padronizado pro país inteiro.
  62. Descobrir que toda escola do país tem um hino, e você tem de saber cantá-lo de cor.
  63. Participar de eventos obrigatórios como Bunkasai (Feira Cultural), Undokai (gincana esportiva), a já citada maratona, entre outros.
  64. Por mais desafinado que seja (eu até que me garantia), ser obrigado a participar do coral da classe, que se apresenta na Feira Cultural.
  65. Precisar treinar e ensaiar para o Undokai, desde quase 2 meses antes da apresentação, para que, como tudo, seja perfeitamente organizado, com cerimônia de abertura/encerramento, discursos, canto, entrega de troféus etc.
  66. Ter um professor de inglês que parece ter sido discípulo do Joel Santana: "Rettsu singu Retto itto bii" (Let's sing "Let it be"), "Aimu fain, sankyuu" (I'm fine, thank you), "Purizu gibu mi a pisu obu appurupai" (Please give me a piece of apple pie) etc.
  67. Participar de excursão da escola na sexta série, em que é permitido levar guloseimas no valor de, no máximo, ¥320 (equivalente a +/- R$5,00).
  68. Do ginásio para frente, ter duas semanas de prova por trimestre: uma no meio e outra no término.
  69. Ficar sabendo de colegas que, ainda no ginásio, varam a noite estudando para as provas.
  70. Ter colegas que, na sexta série, estão se preparando para o vestibular de escolas privadas (detalhe: estou falando de ginásio!).
  71. Ter professores que ditam o que você pode e não pode fazer dentro e fora da escola.
  72. Poder contar com professores especializados em ensino a crianças excepcionais.
  73. No ginásio e colegial, ser obrigado a fazer parte de um clube (baseball, tênis, tênis de mesa, vôlei, música, computação etc.), que tem atividades diárias, após as aulas, e até nos finais de semana e durante as férias.
  74. Sofrer ijime (bullying) e não pedir ajuda a ninguém (eu nunca sofri, mas sabe-se que é um problema recorrente no Japão).
  75. Até o ginásio, não poder levar dinheiro para a escola.
  76. Ganhar chocolate de uma menina no dia 14 de fevereiro, Valentine's Day, e retribuir (ou não) no dia 14 de março, White Day (esta, uma invenção japonesa).
  77. Não ver casaiszinhos namorando na escola, até porque é proibido até o ginásio.
  78. Ser proibido de consumir balas, doces e refrigerantes dentro das dependências da escola.
  79. Não escovar os dentes após o almoço na escola (até eu entrei nessa!).
  80. Poder ir de bicicleta à escola (ginásio) apenas se morar a uma distância mínima pré-estabelecida.
  81. Virar a fofoca do ano pelo simples fato de andar pelo corredor junto com uma colega (eu não, porque não tinha tamanha ousadia!).
  82. Precisar entregar um mini-relatório diário do grupo, dizendo como cada um se portou durante o dia.
  83. No ginásio e colegial, passar por uma avaliação física no início do ano, que inclui prova de resistência (1500 m, se não me engano), salto em distância, arremesso de peso, 100 metros rasos, salto em altura etc.
  84. No intervalo de atividades físicas, quando está quente, beber chá de trigo ( 麦茶・むぎちゃ)gelado no lugar de água.
  85. Ter uma matéria cuja avaliação é o seu desempenho no cultivo de uma flor de crisântemo.
  86. Ao ingressar no ginásio, automaticamente começar a chamar os alunos do segundo e terceiro ano de veteranos (先輩・せんぱい)e usar a forma polida (敬語・けいご) para conversar com eles.
  87. Estudar Cálculo Diferencial e Integral no colegial.
  88. Na formatura do primário (sexta série), cantar músicas melodramáticas dedicadas aos formandos, com letras que dizem algo do tipo "Parabéns por este dia maravilhoso, e adeus até que nos encontremos novamente...!", "O esplendor da sua imagem de asas abertas ardem nos meus olhos...!" etc., sendo que todos vão continuar se vendo no ano seguinte.
  89. Receber uma espécie de quadro contendo um recadinho de despedida de cada colega da classe, ao mudar de escola.
  90. Considerar todo esse rigor na escola uma coisa natural, assim como os estudantes do Brasil consideram a sua vida mansa na escola algo óbvio (e muitos reclamam, ainda!).
  91. Ficar sempre pensando: "E se no Brasil fosse assim...?".

Bom, no Brasil jamais funcionaria um sistema de ensino como esse (aliás, existe algum que funcione no Brasil?), por motivos óbvios.

Não que o modelo japonês seja o ideal (nem mesmo para os próprios japoneses), porque existem pais e professores que exageram no nível de cobrança, o que causa sérios problemas psicológicos, em muitos casos.

Mas por outro lado, não é difícil concluir que o Japão conseguiu se estruturar de maneira tão organizada graças a sua educação rigorosa, que exige muita dedicação e disciplina em tudo, desde cedo.

Foi interessante escrever sobre meus dias de escola no Japão, pois lembrei de muitas e muitas recordações; muitas boas, outras nem tanto. Se me perguntarem se foi sofrido, digo que foi, e até bastante; mas felizmente foi um tipo de sofrimento bem diferente daquele encarado por crianças de escolas públicas brasileiras.

É fato que, devido ao contraste gigantesco que existe entre a cultura japonesa e a brasileira, a comparação do ponto de vista educacional pode não ser muito válida, mas refletir um pouco não faz mal a ninguém.

Ah, e volto a lembrá-los: a lista acima foi baseada na minha experiência em uma escola pública de uma cidadezinha interiorana, com 7 mil habitantes.