sexta-feira, 26 de junho de 2009

Kanten - Ponto de vista - AKIRA

Você já ouviu falar em AKIRA?

Bom, se não sabe se estou me referindo a uma pessoa, filme, música etc., é bem provável que você nunca tenha lido a obra-prima do desenhista Katsuhiro Otomo:

Sim, trata-se de uma história em quadrinhos, ou seja, mangá, mas não apenas "um" mangá, e sim O mangá.

Você gosta da nova safra de quadrinhos japoneses, que se popularizou mundialmente na década passada?

Agradeça a AKIRA:


Admira a técnica aplicada nos desenhos que, mesmo em preto e branco, impressionam pela riqueza de detalhes?


Agradeça a Katsuhiro Otomo:

Quando é jogada a pergunta "Qual a melhor série de quadrinhos de todos os tempos?" cá no ocidente, cria-se um debate entre fãs de duas obras-primas incontestáveis:

"The Dark Knight Returns", de Frank Miller,

e "Watchmen", de Alan Moore.

Mas no Japão não.

AKIRA é unânime.

Publicado no período de 1982 a 1990 no mangá semanal Young Magazine, a série foi posteriormente compilada em 6 volumes, além de ganhar uma versão cinematográfica em 1988:

Meu primeiro contato com Tetsuo, Kaneda e cia. (dois dos personagens principais) foi justamente através do filme, ainda na minha infância. Lembro que fiquei ao mesmo tempo chocado, impressionado, extasiado, incrédulo. Nunca tinha visto uma animação desenhada tão perfeitamente, com tantos detalhes, cores tão vivas e tamanha dose de violência.

Encontrei, por acaso, o vídeo abaixo, que reúne algumas cenas do longa ao som da música Welcome to the Machine, do Pink Floyd. Embora não tenha nenhuma ligação, o som futurístico da faixa se encaixa assustadoramente bem com o clima sinistro do filme:


Sou muito fã das animações em 3D, principalmente dos da Pixar, que sempre nos surpreende com sua criatividade. Mas se pensarmos que Otomo foi capaz de proporcionar tanta adrenalina e emoção à base de desenhos feitos à mão, sem as técnicas e recursos hoje disponíveis, mais uma vez nos damos conta da magnitude de sua proeza.

Mas há quem critique o filme. Não do ponto de vista técnico, claro, mas as inevitáveis modificações que a história sofreu durante o processo de "condensação" em duas horas filme não agradou a todos.

Eu, particularmente, achei (e ainda acho) o filme espetacular, e só fui entender o porquê da crítica quando finalmente pude ler a versão, digamos, autêntica dos quadrinhos.



Não é exagero algum dizer que os quadrinhos de AKIRA figuram entre os itens essenciais para quem queira conhecer a cultura do Japão pós-guerra.

Sem sua menção, é como querer falar da história da música clássica sem citar Händel, por exemplo.

Se você ainda acha que é demagogia da minha parte, sugiro que leia e tire suas próprias conclusões.

Assim que mergulhar na Neo-Tóquio, num Japão pós-Terceira Guerra Mundial, vai entender o que quero dizer. :)


Lembrando ainda que haverá uma nova adaptação para filme, mas com atores de Hollywood. Há rumores de que o ator principal (equivalente ao Kaneda) será o DiCaprio.

Mas só em 2011...

Para mais, acesse o imdb.

Um comentário:

murilo disse...

ótimo post. akira é sem duvida um marco e leitura obrigatória, ou se for o caso do filme rende uma excelente sessão de cinema em casa de prender vc do primeiro momento até os créditos finais, é pela riqueza dos detalhes, a história complexa, ou a trilha sonora arrepiante que se encaixa perfeitamente!
eu ainda gostaria de ter o dvd disso ou então os mangás que foram publicados aqui.
e tb quero uma moto igual ao do kaneda. alias, vc deveria ter postado uma foto dela é sensacional!!!
eu me lembro de acordar a noite para assistir akira na band!!!!!!!!!!!!
ooo sardades desta epoca!
abraço

fala tb do studio ghibli \o/